Tendo em vista a ação mal sucedida da Força Nacional no último dia
14, em Rondônia, que vitimou um policial sul-mato-grossense, a ACS
(Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar
de Mato Grosso do Sul) encaminhou, ontem pela manhã, ofício cobrando
explicações da Presidência da República e do Ministério da Justiça. O
aluno a cabo Luiz Pedro de Souza Gomes foi morto com um tiro durante um
confronto na Floresta Nacional do Bom Futuro, localizada próximo a Rio
Pardo, distrito de Porto Velho.
O documento, endereçado à Secretária Nacional de Segurança Pública,
Regina Miki; ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; e a
presidente da República, Dilma Rousseff, questiona o motivo de não ter
sido oferecido transporte ao corpo do policial, bem como onde estava o
avião da Polícia Federal e Força Nacional, que não pode efetuar o
translado. Além disso, pede detalhes sobre as providências a serem
tomadas para apurar as responsabilidades sobre os fatos e questiona o
que, efetivamente, vem sendo feito pelo Governo Federal para valorizar o
profissional da segurança pública.
Em artigo publicado na última terça-feira no jornal O Estado MS, e nos sites Campo Grande News e Midiamax,
o presidente da ACS, Edmar Soares da Silva, teceu duras críticas ao
Governo Federal, que, segundo ele, “simplesmente ignora os apelos das
multidões que foram às ruas, no meio deste ano, para cobrar mais saúde,
justiça e, principalmente, o fim da corrupção”.
“Enquanto os criminosos viajavam de avião e desacatavam policiais”,
disse, referindo-se ao publicitário Marcos Valério, “um herói que
defendia o Brasil teve que ser transladado em um avião emprestado pelo
governo de Rondônia. Discrepância como essa, por mais justificada que
seja, soa como um tapa na cara de toda a sociedade brasileira e perpetua
o sentimento de impunidade que paira sobre o País - afinal, somente a
ponta o iceberg mensaleiro vai para trás das grades após o julgamento”,
escreveu.
Para Edmar, a segurança pública no Brasil está a beira de um colapso.
“Caso a atual política de valorização continue, não haverá policial que
se anime para enfrentar os black blocs nas ruas, no ano que vem, durante
a Copa do Mundo. Por isso, uma grande paralisação poderá ser
desencadeada caso o Brasil não acorde novamente”, finalizou.
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa
Fonte: Ronda.org
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