Por conta da greve da polícia militar, Governador do Piauí, solicitou ao Governo Federal o envio de tropas da Força Nacional de Segurança Pública.









De coletes vermelhos, os policiais e bombeiros se vestiram com a frase "Associações unidas. Isonomia salarial já".
O governador Wilson Martins assinou oficio ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, requerendo tropas da Força Nacional de Segurança para garantir a ordem no estado do Piauí, depois que os policiais e bombeiros militares paralisaram as atividades ontem e fizeram movimento reivindicando melhoria nas condições de trabalho e reajuste salarial. Os delegados da Policia Civil também paralisaram as atividades querendo isonomia salarial com os procuradores do Estado.
O Governo determinou que o comando da Polícia Militar do Piauí e dos Bombeiros enquadrem as tropas. Ontem, depois de uma reunião com a cúpula da Segurança Pública e a equipe econômica do Governo, Wilson Martins resolveu encaminhar oficio ao Ministério da Justiça e determinou que seja aberto um canal de negociação com a categoria. Ele ainda determinou um estudo de reajuste salarial para os militares, que deve ser encaminhado para a Assembléia Legislativa.

INSEGURANÇA TOTAL: Coronel acusado de atropelar PM
POLICIAIS NÃO VÃO PRAS RUAS E TROCAM ACUSAÇÕES: Vítima foi em estado grave pro HUT
O caos na segurança pública faz sua primeira vítima de forma mais grave, quatro dias depois de iniciado pela Polícia Militar do Piauí. O policial militar Alexandre Henrique Rios Leite, lotado Maranhão, foi levado para o Hospital de Urgência de Teresina depois de envolver-se em um acidente com a viatura conduzida pelo motorista do tenente coronel Márcio Santos, comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOPE). Segundo PMs que faziam manifestação em frente ao batalhão da RONE, o comandante do grupamento teria jogado o carro contra o militar.
O comandante teria ido à sede da Rondas Ostensivas de Naturezas Especiais, na zona Norte, para entregar o decisão do desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí, Luis Gonzaga Brandão. Ao tentar sair do pátio da RONE, encontrou um grupo de manifestantes, e teria ordenado que seu motorista jogasse o carro contra um deles. O militar que é do Maranhão, e estava em Teresina apoiando o movimento grevista, teria sido arrastado por vários metros, e foi levado para o HUT. Ele realiza uma bateria de exames e seu estado é delicado.
PMs TIRAM VIATURAS DAS RUAS
Em retaliação à atitude do comandante do BOPE, os militares, que já tinham começado a voltar às ruas na noite deste sábado, receberam a ordem do comando de greve para que as viaturas voltassem para a garagem dos batalhões da capital. Apenas atenderiam as solicitações de casos mais graves, envolvendo homicídios, estupros, etc. Os militares acusam o comandante de omissão de socorro.
'FORÇA NACIONAL NÃO RESOLVE, GOVERNO TEM QUE NEGOCIAR'
O presidente da Associação dos Militares, capitão Evandro, acompanhou a chegada dos homens da Força Nacional a Teresina e questiona a atitude do governador Wilson Martis. “A força nacional serve para ajudar, no entanto o que veio para o Piauí não representa 1% do efetivo da PM em todo o estado, estão só na zona Leste, não conhecem nada de Teresina, muito menos do Piauí, e mais, se o governo tem condição de trazer a força nacional, porque não negocia com os policiais militares”, indaga.
PM MANDOU QUE COMANDANTES PRENDESSEM SUBORDINADOS
Capitão Evandro revelou ainda uma determinação dada pelo comando da PM na tarde deste sábado e indagou ainda sobre a decisão do TJ de tornar o movimento ilegal. “A ordem, é que o comando geral pediu que os comandantes prendessem seus oficiais. Na tarde deste sábado, o comandante da RONE, capitão Fabio Abreu chegou a dar voz de prisão a alguns de seus subordinados, mas recuou por pura sensibilidade. É estranha esta decisão de tornar a greve ilegal, sendo que não há greve. A polícia não trabalha porque não tem condições. A população tem de entender, se tiver assaltos e crimes, a culpa é de Wilson Martins”, atacou. Enquanto isso, nesta madrugada, os policiais fazem manifestações em frente à sede do comando da PM e querem a prisão do comandante do BOPE.
MILITAR FOI QUEM SE JOGOU NO CARRO, DIZ COMANDO DA PM
O 180graus entrou em contato com o comandante da Polícia Militar do Piauí, coronel Rubens Pereira. A versão dada pelo comandante, que chegou a cogitar a possibilidade de dar voz de prisão ao tenente coronel Márcio, é diferente da dos policiais. Segundo ele, o PM do Maranhão é que teria se jogado contra o veículo do comandante.
“Algumas viaturas da RONE estavam tentando sair do batalhão, e no portão, tenente coronel Márcio encontrou um piquete de manifestantes. Este PM então se jogou no capô do carro. O comandante saiu bem devagar, e o PM acabou caindo, mas em depoimento aqui na corregedoria, ele negou que tivesse atropelado o militar, até mesmo porque não estava exercendo grande velocidade no veículo”, disse por telefone ao 180graus.
O coronel Rubens Pereira confirmou que chegou a cogitar a possibilidade de dar voz de prisão ao comandante. “Eu desconhecia a informação, quando me ligaram, e disseram que ele tinha era matado o militar, disse mesmo que tomaria todas as providencias cabíveis. Isto seria um homicídio! Chamei o comandante, tomei o depoimento, e agora ele está na policia civil registrado um boletim de ocorrência, e o caso será apurado como qualquer outro”, finalizou.
TJ decreta que greve da PM é ilegal e quer policiais nas ruas
A decisão do Tribunal de Justiça foi determinada na tarde deste sábado. Publicação acontecerá nas próximas horas.
Um Oficial de Justiça chegou às 18h35 ao Quartel do Comando Geral para comunicar ao comandante geral, coronel Rubens Pereira, da decisão do desembargador Luiz Gonzaga Brandão de decretar ilegal do movimento dos policiais militares. Ele disse que também estava avisando às associações militares que comandam o movimento “Polícia Legal, Tolerância Zero”.
O desembargador Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho, do Tribunal de Justiça do Piauí, decretou ilegalidade do movimento “Polícia Legal, Tolerância Zero” realizado desde quarta-feira, por policiais militares e bombeiros em grande parte do Estado. O pedido de ilegalidade foi solicitado através de um dissídio de greve pela Procuradoria Geral do Estado. A decisão saiu por volta das 15 horas deste sábado.
Na decisão, além da ilegalidade, o desembargador estabelece multa de R$ 10 mil por dia por descumprimento, às associações do Cabos e Soldados (Abecs), dos Oficiais Militares (Amepi) e do Bombeiros Militares (Abmepi). Brandão também determina que os manifestantes se abstenham de ocupar qualquer prédio público e se eventualmente ocupado, faça a imediata desocupação. Eles também não poderão impedir acesso de qualquer servidor nas repartições públicas e que devem se limitar a utilizar viaturas e quaisquer outros bens públicos, exclusivamente para a atividade policial.
De acordo com o desembargador Brandão, seu relatório reconhece a ilegalidade, obedecendo a Constituição. “Segurança é essencial, direito do cidadão. A Carta Magma (Constituição) proíbe greve no setor militar, que é pautado pela hierarquia e disciplina. A sociedade do Piauí ficou entregue a própria sorte e isso é ilegal”, argumentou o magistrado.
O procurador geral, Kildere Rone, disse que mesmo não podendo grevar, a paralisação dos serviços por melhores condições de trabalho, caracterizado como greve. Na ação do governo, foi pedido multa de R$ 50 mil por dia, para cada associação que descumprir a decisão, no entanto, o desembargador determinou R$ 10 mil/dia.
A decisão foi publicada ainda neste sábado (13AGO11)
Os policiais militares e bombeiros iniciaram o movimento no dia 10 de agosto, após assembleia geral das associações. Eles comparecem ao serviço, cumprindo a escala, mas não vão para as ruas alegando falta de equipamentos de proteção e condições de trabalho. O movimento começou em Teresina, mas se disseminou por todo o estado, chegando a Parnaíba, Picos, Floriano, Picos, Corrente, Água Branca, Piripiri, Uruçui, Campo Maior, dentre outras cidades.
Associações militares
Ao tempo que recebem apoio de associações militares de outros estados, como Minas Gerais, a informação da decretação de ilegalidade ao movimento se espalha.
Um dos advogados que defendem as associações do movimento, Leôncio Coelho, soube pela reportagem do Cidadeverde.com, da decisão do desembargador e disse que irá recorrer imediatamente. “Não é greve, não estamos reivindicando salário e sim condições de trabalho. Vamos primeiro fazer um pedido de reconsideração ao desembargador”, declarou o advogado.
Leôncio Coelho afirmou que o movimento teve uma audiência com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Edvaldo Moura, onde explicou que não se tratava de greve. “Tivemos a cautela de conversamos com o presidente do TJ para explicar a situação, mas como o tribunal é um colegiado, a ação foi distribuída e em decisão monocrática foi proferida, provavelmente através de liminar, mas vamos recorrer imediatamente”, explicou. 

FONTE: VIDA NA CASERNA

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