População do Rio forma um mar vermelho em apoio aos bombeiros

Pessoas de diversas regiões do estado se vestiram de vermelho e participaram da manifestação, que contou ainda com representações de bombeiros e policiais civis de outros estados, como Bahia, Santa Catarina, Minas Gerais e outros. Outras categorias também estiveram presentes, como professores e profissionais da saúde. Centrais sindicais, como CTB e CUT, também apoiaram o movimento, além de parlamentares.

Mas veio da população o maior apoio. Nas janelas das casas e dos prédios foram pendurados faixas e panos vermelhos. Nos carros, uma fita demonstrava a admiração pelos bombeiros e, durante toda a caminhada, as pessoas pararam e aplaudiram a luta dos bombeiros.

Os 439 bombeiros soltos no dia 11 e seus familiares estiveram presentes. Na areia de Copacabana, 439 balões representavam cada um desses trabalhadores, que agora exigem a anistia de todos. Como diz um trecho do hino da corporação cantado por eles “nem um passo daremos atrás”.

Para a presidente do PCdoB-RJ, Ana Rocha, “essa grande manifestação reflete o apoio da população a uma luta justa, hoje de comemoração pela soltura e reconhecimento das reivindicações e, ao mesmo tempo, de luta para que as conquistas se concretizem”.

Anistia

A prisão dos 439 bombeiros foi recebida com indignação pela população, em um movimento que só tem crescido. Para a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) esse é um movimento de apoio impressionante da sociedade, amplíssimo, diferente do que alguns imaginavam. O movimento cresceu e o próximo passo é que a comissão parlamentar da Alerj vá ao governador para que se aumente a proposta salarial, de forma a contemplar o movimento. E em Brasília, que seja aprovada a anistia.

O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB), da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados e um dos que solicitou o habeas corpus, classificou a prisão dos bombeiros como “ilegal e desumana”. Para ele, “essa movimentação da população do Rio de Janeiro representa não só indignação contra esse ato de injustiça, de opressão, mas reafirma que cadeia é para bandido, não é para trabalhador honesto e honrado, principalmente os bombeiros militares, que além de salvar vidas, zelam pelo patrimônio público”.

Comemorando sua libertação ao lado do deputado Protógenes, o Cabo Kalil, de Cachoeiras de Macacu e com 12 anos na corporação, levou sua esposa grávida – que também é bombeiro – e falou sobre a prisão: “foi bem sofrida, a gente não aguardava isso, até porque a reivindicação era pacífica, mas fomos tachados como bandidos. Graças ao apoio da população estamos livres e esperamos que venha a anistia, porque nós não somos bandidos”.

PEC 300

Entre as reivindicações dos bombeiros e de outros segmentos da segurança pública está a aprovação da PEC 300, que cria um piso nacional para estes servidores. Segundo o deputado federal Dr. Aluízio (PV-RJ), “esse movimento que começou no Rio de Janeiro agora vai se alastrar pelo Brasil inteiro e esse processo agora vai colocar ‘fogo’ na PEC 300 e o Congresso Nacional vai ter que se manifestar e colocar na pauta de forma imediata”.
 
Fonte: Vermelho.org

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