PM fica sete horas em delegacias para entregar dois presos

A demora para autuação em flagrante de dois presos nessa quarta-feira deixou a região do Jardim Noroeste, em Campo Grande, sem policiamento preventivo durante toda à tarde.

A única viatura que atende a região ficou cerca de sete horas envolvida na entrega à Polícia Civil de Zenilson Costa Ferreira, 22 anos, e Gustavo da Silva, 18 anos, que foram flagrados por agentes penitenciários tentando arremessar maconha, celular e carregador ao Presídio de Trânsito.

De acordo com fontes ouvidas pelo Campo Grande News, o tempo para o encerramento desta ocorrência é considerado “excessivo”, levando-se em consideração a rotina de entrega de presos em flagrante.

Além disso, o boletim de ocorrência da PM (Polícia Militar) foi confeccionado “a próprio punho”. Diante das situações, já foram solicitadas informações sobre o “porquê” da demora.


Policiais militares não culpam a nova determinação da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) – sobre entrega de presos, pelo que aconteceu, no entanto, não descartam que possa ter relação. “Tem que ser feito uma análise do que aconteceu”, diz uma fonte ouvida pela reportagem.

As resoluções da Sejusp publicadas nesta semana geraram polêmica. De acordo com as novas regras, a PM fica obrigada a entregar presos diretamente ao delegado de plantão e esperar até que o flagrante seja registrado. O Serviço de Inteligência, a PM2, também está proibido de investigar civis. Os BOs são manuscritos porque não há computadores a disposição da PM nas delegacias.

Flagrante- Por volta das 11 horas, agentes penitenciários viram quando dois jovens estavam em atitudes suspeitas no muro lateral do Presídio de Trânsito e então acionaram a Companhia de Guarda e Escolta, conforme informações da Agepen (Agência Estadual de Administração Penitenciária).

Os policiais revistaram os suspeitos e com eles encontraram porções de maconha, um telefone celular e um carregador.

Policiais do 9º Batalhão, responsáveis pelo Jardim Noroeste, foram chamados para levar os detidos à Polícia Civil. Já era por volta de 11h20min quando os militares começaram a “batalha” para oficiar a prisão de Zenilson e Gustavo.


Os policiais seguiram com os presos e com a Honda CG 150 sem placas utilizadas por eles para a 3ª Delegacia de Polícia Civil, onde foram informados que deveriam ir para a Depac-Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Lá, ficaram sabendo que a Depac-Piratininga era o local certo.

Já na Piratininga, que fica na região oposta a do Jardim Noroeste, eles deixaram os presos e seguiram para a Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) para fazer o laudo de constatação de entorpecente, onde foi confirmado que Zenilson e Gustavo portavam 194g de maconha.

O boletim de ocorrência foi confeccionado pouco depois das 14 horas e depois disso começou a burocracia do flagrante, onde todas as partes (policiais e autores) são ouvidas.


Os dois militares responsáveis só saíram de lá por volta das 18 horas. “Eles saíram e já passaram o serviço. O Jardim Noroeste ficou sem policiamento a tarde inteira”, relata uma fonte do Campo Grande News.

Normalidade- A reportagem ouviu policiais militares na tarde desta quinta-feira, os quais afirmaram que, pelo menos hoje, o tempo de permanência deles nas delegacias para entrega de presos está de acordo com a rotina. “Fiz hoje o que sempre faço. O tempo está normal”, disse um militar.


Fonte: Campo Grande News

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