Foi um sucesso a marcha dos policiais civis, militares e bombeiros realizada ontem, na Esplanada dos Ministérios, em prol da votação das PECs 446/300, em tramitação na Câmara dos Deputados. A maioria dos presentes no ato eram lideranças das entidades de policiais civis, militares e bombeiros de todo o país. A marcha saiu da Catedral em direção aos anexos II e IV da Câmara, onde os manifestantes se concentraram durante quase todo o dia.
Na ocasião, os representantes das entidades, inclusive a Cobrapol, se reuniram com diversos parlamentares que, ontem mesmo, conversaram com o presidente da Casa, Marco Maia (PT/RS), para viabilizar a votação da matéria no plenário da Câmara. O texto da Emenda Constitucional n° 2/2010 (substitutivo das PECs 446/3000) já foi aprovado em primeiro turno, mas teve sua tramitação interrompida em função de um acordo entre líderes partidários e o governo.
Para o presidente da Cobrapol, Jânio Bosco Gandra, a mobilização em Brasília foi muito positiva. “Vários deputados já se manifestaram favoráveis ao retorno da PEC à pauta de votação da Câmara. Acredito que estamos no caminho certo para conquistar mais essa vitória para os policiais de todo o país ainda esse semestre”, avaliou Gandra. Os policiais também conseguiram o apoio das lideranças do PMDB, PPS e também da Frente Parlamentar dos Evangélicos.
Durante a marcha, os policiais fizeram uma encenação teatral que chamou a atenção de quem passava pela Esplanada e também conquistou o apóio dos brasilienses. Na peça, havia um policial vestindo a fantasia de presidiário com uma placa escrita “171”, que representava o crime organizado. Jânio Gandra explicou que a fantasia representava o poder do crime organizado sobre as instituições. Os policiais acreditam que apenas ao crime organizado interessa que a Polícia não tenha uma política salarial justa.
Os policiais reivindicam mais respeito à categoria, que se enquadra nas carreiras típicas de Estado. “Assim como os promotores e os juízes possuem uma remuneração unificada no país, os policiais também precisam ter seus salários melhorados e unificados, pois a atividade de segurança pública não muda de uma região para a outra”, argumenta Gandra.
Apesar das promessas dos parlamentares, os policiais decidiram manter a mobilização nos estados e no DF. Em Brasília, será organizado um acampamento na Esplanada dos Ministérios, que só será desfeito após a votação das PECs na Câmara. Nos estados, estão agendados os seguintes atos: dia 28 próximo, em Salvador, dia 26 de março, em Manaus e nos meses de abril e maio, nas cidades de Cuiabá e São Paulo. Os atos irão percorrer todas as capitais que sediarão os jogos da Copa de 2014.