Vestibulando pagaria até R$ 60 mil à quadrilha por vaga em medicina na Uniderp

Foto: Nealla Machado

A polícia trabalha com a suspeita de que uma quadrilha esteja à frente da tentativa de fraude no vestibular do curso de medicina da Universidade Anhanguera/Uniderp que aconteceu no último domingo (10), na capital. O caso está sendo investigado pela Dedfaz (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações Falimentares e Fazendários).

Um dos candidatos relatou à polícia que, se fosse aprovado, pagaria R$ 60 mil, valor bem acima do que a maioria estaria disposta a pagar. Segundo informações, cada candidato pagou entre R$ 300 e R$ 500 pelo ponto eletrônico e, se fossem aprovados, pagariam de mil a cinco mil reais à quadrilha.

Willian Nascimento foi o primeiro a ser descoberto com o ponto eletrônico. Willian estava muito nervoso e levantou várias vezes para ir ao banheiro, o que fez com que os fiscais desconfiassem que havia algo errado. Segundo informações da delegada titular da Dedfaz, Ariene  Murad de Souza, o rapaz já cursava o 9º semestre de medicina na Bolívia.

Há a suspeita de que uma acadêmica do curso de medicina tenha sido paga para fazer a prova e depois passar as respostas aos candidatos pelo equipamento eletrônico. Ela já foi identificada, mas não teve o nome revelado por conta das investigações. Ela foi reconhecida por colegas no dia da prova.

Após a descoberta do primeiro ponto, todos os 2.500 vestibulandos passaram por exame de otoscopia (exame do canal auditivo externo e do tímpano efetuado com a ajuda de instrumentos específicos) com o intuito de identificar pontos eletrônicos. Os policiais também encontraram um ponto jogado no chão do banheiro da universidade, mas não conseguiram identificar quem estava com ele.

A polícia já tem o nome de quatro possíveis integrantes da quadrilha, dentre eles uma mulher. Segundo apurado, a quadrilha atua em vários estados como Goiás, Paraná, Pará, São Paulo, entre outros. Os possíveis canditatos eram abordados saindo de vestibulares pela suposta quadrilha. Entre eles existem taxistas, também já identificados.

Dos 23 candidatos apanhados com o equipamento, somente um continua preso. Joaquim Pereira Gonçalves, de 31 anos, não pagou a fiança arbitrada em pouco mais de R$ 2 mil. A polícia ainda investiga se há ligação com o caso registrado em 2011, na mesma universidade, sobre a fraude no vestibular.
Fonte: Midiamaxnews

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