Polícia desmantela quadrilha que vendia falsas 'vagas' de medicina


Três pessoas estão detidas na delegacia; uma delas é golpista e as outras duas compraram suposta vaga que daria entrada no curso de medicina


A Polícia Militar de Dourados desmantelou uma quadrilha do Rio de Janeiro que vendia falsas vagas para o curso de medicina da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Uma golpista e duas "vítimas" estão detidas na delegacia do 1º Distrito Policial.
O esquema foi denunciado à polícia por uma estudante que teria comprado uma vaga. Após perceber que teria caído num golpe, ela decidiu ligar para o 190. Em Dourados há pelo menos seis pessoas que pagaram a primeira parcela no valor de R$ 25 mil. A vaga de medicina estava sendo comercializada a R$ 50 mil.
De acordo com o tenente Teodoro Caramalac Neto, a UFGD não tem nenhum envolvimento no crime. A quadrilha, segundo ele, seria especializada em supostas vendas de vagas em todo o país.
As seis pessoas que teriam pagado pela vaga também são do Rio de Janeiro, mesmo local da quadrilha. Também há estudantes do nordeste que compraram vaga para medicina.
O grupo estaria em Dourados há quase dois meses. Ao chegar na cidade, a quadrilha teria encaminhado aos "estudantes" várias fichas e cartões para uma suposta matrícula. Todos os documentos eram falsos.
Como o tempo ia passando e a entrada dos estudantes na universidade demorava, uma das compradoras da vaga decidiu investigar. Na tarde desta terça-feira, segundo o tenente, essa estudante entrou em contato com uma mulher que vendia as vagas e temia que ela desaparecesse de Dourados com todo o dinheiro. Isso motivou a denúncia, ocasionando na prisão de três envolvidos.
Dois seis alunos que compraram vagas e estão em Dourados, somente dois foram detidos. Os demais estão sendo procurados pela polícia. Há suspeita de que mais pessoas também compraram as falsas vagas. Da quadrilha, somente uma mulher está presa.
UFGD ESCLARECE
Em nota encaminhada à imprensa, a UFGD informa que o ingresso a qualquer curso da UFGD se dá, primeiramente, por meio de modalidades de ingresso regulares, sendo elas o Processo Seletivo Vestibular e, a partir deste ano, também o ENEM/SISU.
No que tange às vagas denominadas ociosas, que se tornam remanescentes ao longo do ano letivo dentro dos cursos, a UFGD esclarece que, quando existem, são devidamente preenchidas por meio de edital público, no qual são definidos os critérios utilizados para a seleção de acordo com a legislação vigente. Cabe informar, que desde 2007, não existem vagas ociosas no curso de Medicina da UFGD. A instituição alerta para as práticas da oferta, negociação e venda de vagas, pois tratam-se de ações criminosas.
O Conselho Universitário, órgão colegiado máximo da instituição, definiu em resolução que a ocupação das vagas ociosas ocorre por edital, como citado, e obedece a seguinte ordem:
  • Edital de Portador de Diploma para Complementação de Grau ou Habilitação (quando o estudante completa a licenciatura, por exemplo, e ingressa como portador de diploma no bacharelado, do mesmo curso);
  • Edital de Transferência Voluntária (quando o aluno, de qualquer instituição brasileira de ensino superior se transfere para vaga existente em outra instituição, do mesmo curso ou curso de áreas afins);
  • Edital de Portador de Diploma (quando o aluno já é graduado e, por meio do diploma, ingressa em outro curso da instituição).
    Fonte Dourados Agora

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