Câncer em Motociclistas e Motoristas

Essa atividade expõe o operador da máquina à radiação solar durante várias horas e em momentos críticos onde a radiação ultravioleta tem ação degenerativa e cumulativa sobre a pele. São necessários cuidados, orientação e proteção. Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior A atividade diurna submete motociclistas e motoristas a um fator de risco que muitos nenhuma importância dão, e que é capaz de produzir lesões e complicações graves. Em alguns casos, pode ser considerada uma doença ocupacional. Para o motorista, o fato de ter o volante do lado esquerdo predispõe a maior incidência dos raios solar na janela esquerda do veículo, logicamente comprometendo mais esse lado do corpo. Dessa forma, deixa exposto crânio, pescoço, braço e mão. Já o motociclista, dependendo dos equipamentos de proteção utilizados terá toda pele exposta ao sol sujeita a lesões. A exposição é duradoura, importante lembrar que esses profissionais do trânsito exercem suas atividades em jornadas extremamente longas. Pesquisas mostram que 53% das lesões cancerosas de pele ocorrem do lado esquerdo dos motoristas sendo a incidência maior nos homens, chegando a 64%. Nos motociclistas não há área de predominância, ocorre nas áreas expostas. Quando o veículo tem janelas grandes, teto solar ou teto conversível ocorre logicamente maior exposição aos raios ultravioleta do tipo A, B e C. O mais nocivo é o do tipo B que pode causar três tipos de câncer: Basocelular – 67,7 % - que é benigno Espinocelular – 19,8 % - maligno Melanoma maligno – 12,5 % - grande malignidade O basocelular aparece mais em indivíduos de pele clara, com mais de quarenta anos. Está relacionado ao acúmulo de radiação solar ao longo dos anos. É mais comum na ponta do nariz e o prognóstico é bom. Vale lembrar que a radiação solar é cumulativa, quero dizer, vai produzindo lesão imperceptível ao longo do tempo. Para melhor caracterizar, ela causa lesão das fibras elásticas da pele levando ao enrugamento da mesma, favorecendo o envelhecimento precoce e é conhecida como pele de marinheiro ou pescador. O espinocelular corresponde a quase 20% dos casos. Aparecem em áreas de cicatrizes antigas, queimaduras e áreas de acúmulo de radiação solar. É comum em homens acima de cinquenta anos. Cresce rapidamente e se espalha para outros órgãos com muita facilidade. Locais comuns são a face e o braço. O melanoma maligno é o mais perigoso e tem alto potencial para se disseminar para todo o organismo. Comum em pele clara e em queimaduras de raios solares. São extensos e profundos, podem produzir coceira, ulcerar e sangrar. Diante de tal risco tem-se que recomendar: Reduzir a exposição aos raios solar principalmente no período de 10 as 16 h Uso de filtro solar em toda área exposta (fator 30) Óculos escuros Roupas próprias que reduzam a exposição Manter preferencialmente janela fechada Películas protetoras para a vidraria. Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior Diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina de Tráfego ABRAMET www.abramet.org.br dirceurodrigues@abramet.org.br dirceu.rodrigues5@terra.com.br

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