“Se eu me separar, acabo morrendo”, teria dito à mãe mulher morta pelo marido PM

Diego Alves


“Mas mãe, se eu separar acabo morrendo”, disse Marilza Pereira Chaves, mãe da agente de saúde Luciana Chaves Farias, de 34 anos de idade, morta por dois tiros disparados pelo então ex-marido, o policial militar Paulo César Lucas , 42, na madrugada do último dia 30 de janeiro deste ano, na kitinet em que o policial morava há duas semanas após a separação dos dois no bairro Ouro Verde, em Campo Grande. 


Na tarde desta quinta-feira (24), foram arrolados testemunhas de acusação. A casa onde os dois moraram há 16 anos, fica a duas quadras do local do crime. 


Também foram ouvidos o delegado do caso Higo Arakaki, um investigador da Polícia Civil, vizinho, Aline Aparecida Chaves Farias (irmã da vítima) e uma das filhas do casal de 15 anos.
A perícia constatou no local, que somente um dos disparos matou Luciana, o outro teria perdido a força ao bater contra uma grade metálica do local. Somente uma cápsula foi encontrada pela polícia. 


O advogado de defesa, Rubens Pozzi, sustenta a tese afirmada pelo policial no dia do crime na qual ele dormia, quando alguém tentou arrombar a porta, motivo que o policial teria dado um único tiro. 


O que contesta essa afirmação são os exames no local, que diz que Luciana encontrava-se a 5 metros de distância da porta no lado de fora, além de no chão não ter sido encontrado gotejamento de sangue. 


No trinco da porta, havia sinais de ranhuras, que segundo as investigações não condizem com a ação de arrombamento relatado pelo autor. Segundo a defesa, a agente de saúde pode ter corrido após o disparo, fato na qual ela foi encontrada do lado de fora, e em nem todos os casos ocorre o gotejamento, sutenta. 


“Sempre quando eles brigavam, ele agredia e humilhava bastante ela”, disse a filha do casal ao juiz Aluízio Pereira dos Santos. 


Os familiares da vítima confirmaram que os dois, casados há aproximadamente 16 anos, tinham um relacionamento conturbado que se agravava com o constante uso de bebidas alcoólicas. Luciana também teria muitos ciúmes do marido, principalmente com os boatos de que Paulo teria outro relacionamento. 


Uma das brigas teria ocorrido em um supermercado na região onde Paulo também trabalhava. Na ocasião os dois brigaram na frente de várias pessoas. Em outra discussão, o PM teria desferido disparos contra Luciana sem atingi-la. A vítima chegou a fazer um boletim de ocorrência, porém preferiu não seguir adiante com a acusação.
Paulo César Lucas encontra-se preso no Presídio Militar, ele responde por homicídio podendo ter o agravante por causa da “chance de defesa diminuída e dificultada”, por conta dos disparos ter atingido a vítima na região do abdômen, quase nas costas, segundo o representante do Ministério Público Renzo Siufi. 


Testemunhas também relataram que momentos antes do crime, Luciana falava ao celular. A justiça vai pedir a quebra do sigilo telefônico para saber com que a vítima conversava.
Algumas testemunhas faltaram ao depoimento por motivos de saúde, outra audiência será marcada com o restante das testemunhas de acusação junto com as de defesa. O policial militar que acompanhou a maioria dos depoimentos não quis falar com a imprensa.

Fonte: MIDIAMAXNEWS

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