Policial militar é assassinado e chega a 97 o número de PMs mortos em 2017 no RJ

Cunhado é suspeito de dar 7 tiros em policial na frente do filho dele. Três PMs foram mortos em menos de 24 horas no Grande Rio.


Um policial militar foi baleado dentro de casa neste sábado (12), em Olinda, Nilópolis, na Baixada Fluminense. Segundo investigadores, a principal suspeita é de que o soldado Vaine Luiz dos Santos Ferreira, 33 anos, lotado na UPP do Caju, tenha sido assassinado pelo próprio cunhado, que vive no mesmo terreno.
Esta foi a terceira morte de um policial militar em menos de 24 horas no Grande Rio. Na noite de sexta-feira (11), o soldado Samir da Silva Oliveira, de 36 anos lotado na UPP São João, morreu após ser baleado no Méier. Na madrugada deste sábado, a policial Elisângela Bessa Cordeiro, de 41 anos, lotada no 5º BPM, foi assassinada em assalto em Coelho Neto.

PM Vaine Luiz dos Santos Ferreira tinha 33 anos (Foto: Reprodução/TV Globo)
PM Vaine Luiz dos Santos Ferreira tinha 33 anos (Foto: Reprodução/TV Globo)

Sete tiros nas costas

Ainda de acordo com a polícia, Vaine Ferreira foi morto na frente do filho, que é afilhado do suspeito de ser autor de sete disparos pelas costas, o guarda municipal Marcelo de Moura Maciel. Segundo relatos, Marcelo fugiu do local após o crime. Os dois brigavam pela propriedade de um terreno.
O PM estava há quatro anos na corporação. A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense investiga o caso, registrado na 57ª DP.
Em nota, a Guarda Municipal informou que "lamenta profundamente a morte de mais um policial militar" e que "a Corregedoria da instituição já iniciou apuração interna e acompanhará as investigações da Polícia Civil para tomar as medidas cabíveis em relação ao GM Marcelo de Moura Maciel, apontado como autor do crime".

Secretário cobra reforma criminal

O secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, foi ao enterro do soldado Samir neste sábado. Após a cerimônia, Sá voltou a pedir mudança na legislação criminal brasileira e lamentou o número de 97 PMs assassinados em 2017 no estado.
"É um número alarmante que nos deixa muito tristes, muito perplexos e que nos leva à seguinte reflexão: é uma polícia que está nas ruas, é uma polícia que se doa, são heróis que estão morrendo. Não tenham dúvidas que a tente mergulha nos nossos protocolos, nossas estratégias, dias após dia, para poder melhorar. Mas, me parece, que isso no Rio de Janeiro e no Brasil não tem sido suficiente para a gente ter uma sociedade cujo o criminoso reflita antes de sair praticante crime", disse Roberto Sá.
Segundo o secretário, enquanto as penas para criminosos não foram modificadas, a sociedade vai continugar a "sangrar.
"Nós precisamos exigir reforma na política criminal. Eu vejo reforma tributária, reforma política, reforma econômica, cadê a reforma criminal? Essa legislação te atende como cidadão? Você acha que três anos [de pena] inicialmente, para quem porta um fuzil para sair em 6 meses, é razoável? Vocês acham que quem tira uma vida de uma pessoa pode progredir de uma pena de 15 [anos] e sair com cinco, seis anos? Não é razoável. O mundo não trata o crime assim. Sociedade que depende só da polícia para evitar isso é uma sociedade que vai sangrar."

Número de PMs vítimas de violência em 2017, segundo a PM:

ASSASSINADOS:
  • MORTOS EM SERVIÇO - 21
  • FOLGA - 56
  • REFORMADOS - 20
  • TOTAL - 97
FERIDOS:
  • EM SERVIÇO - 213
  • FOLGA - 86
  • REFORMADOS - 6
  • TOTAL - 305
Fonte: G1

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