Corte da União deixa PRF sem combustível e policiamento aéreo

Foto: Correio do Estado
A Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Mato Grosso do Sul confirmou que a partir desta quinta-feira (6) uma série de serviços ficarão suspensos por período indeterminado. Entre as medidas, tomadas para economizar no orçamento, está a suspensão imediata de policiamente e resgate aéreo e corte no combustível das viaturas.
O decreto 9.018/2017, de 30 de março de 2017, remodelou a forma como a PRF vai trabalhar em todo o país e foi assinado pelo presidente Michel Temer.

"Frente ao caráter temporário do contingenciamento, as medidas adotadas foram selecionadas de maneira que impactem o mínimo possível a atividade finalística do órgão e que possam ter reversão sem prejuízos à administração quando da recomposição orçamentária", informou nota oficial da Superintendência da PRF no Estado.
Como não vai haver combustível suficiente, manutenção adequada em viaturas e pagamento de diárias aos agentes, o policiamente sofrerá impacto direto.
É comum, por exemplo, uma viatura da PRF precisar viajar por mais de 400 quilômetros em um único dia por conta da apreensão de drogas e veículos e apresentação do material e do suspeito preso em unidade da Polícia Civil. Com isso, as forças de segurança do Estado precisarão deslocar-se para o local da ocorrência ou não haverá apresentação do crime e registro devido.

"Buscaremos diminuir o prejuízo no atendimento de ocorrências emergenciais, priorizando atendimento de acidentes com vítimas, auxílios que sejam de competência exclusiva da PRF e enfrentamento a ilícitos", reafirmou a PRF em nota.
Pelo decreto do governo federal, está previsto também desativação de bases. Contudo, essa condição não foi confirmada para Mato Grosso do Sul. O impacto deve ocorrer, por exemplo, com o funcionamento de novas unidades. Recém construída na divisa entre Corumbá e Puerto Quijaro (Bolívia), a base que pode servir para ajudar no combate ao tráfico de cocaína está fechada e sem policiais por conta do contingenciamento.
Outra condição já prevista para ser implantada em Mato Grosso do Sul é que o serviço administrativo deve deixar de funcionar todo o dia e ficar em operação entre 9h e 13h.

"Esclarecemos que a Polícia Rodoviária Federal, em conjunto com Ministério da Justiça e Segurança Pública, já está em tratativas com Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para uma célere recomposição do orçamento e consequente reestabelecimento dos serviços e normalização da atuação da instituição", ponderou nota do órgão.
MAIOR CORREDOR
As apreensões de drogas em Mato Grosso do Sul podem sofrer impacto direto com o corte no orçamento da PRF. A corporação conseguiu, com apoio da Polícia Federal, realizar a maior apreensão de maconha do Estado e a segunda maior do Brasil em 19 de junho.
Um caminhão com 22,6 toneladas estava na BR-463, entre Aral Moreira e Ponta Porã. A droga pertencia a um consórcio de traficantes de São Paulo, que sofreu prejuízo milionário. A delegacia da PF em Ponta Porã conduz investigação, agora, para tentar identificar suspeitos e desdobrar o caso com a prisão dos suspeitos.
Em levantamento divulgado ontem (4), Mato Grosso do Sul aparece como responsável por 48% da droga que é apreendida no país pela Polícia Rodoviária Federal. Só neste primeiro semestre foram 432 toneladas identificadas e 276 pessoas presas.

Correio do Estado

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